Sem apoio político local, curso de Mineração pode fechar, em Niquelândia

EDUCAÇÃO

UEG-Niquelândia não consegue ofertar novos vestibulares para a graduação em Mineração desde 2020, por falta de apoio 

Laboratório de Mineração, da UEG-Niquelândia (imagem: Khryst Serpa)

No último domingo (03) a Universidade Estadual de Goiás realizou uma nova edição de seu vestibular, mas não foram ofertadas vagas para os cursos oferecidos em Niquelândia, em especial o curso de mineração, o “carro-chefe” da unidade.

A coordenadora da unidade universitária da UEG em Niquelândia, Cássia Monalisa, mestra em Meteorologia pela Federal de Alagoas e doutora em Geografia pela UnB, falou à TV Tupiraçaba, com exclusividade, sobre os desafios para estender a permanência dos cursos presenciais da UEG na região. 

“A UEG está passando por um processo de redesenho, e neste processo, as unidades que já estão fragilizadas, como Crixás, Niquelândia, Minaçu e São Miguel do Araguaia, ficaram ainda mais fragilizadas, por não ter um corpo docente que supre essa demanda”, explica Dra. Cássia.

Segundo a docente, a falta de direcionamento de concursos públicos de professores para a UEG de Niquelândia é um dos principais motivos para que a unidade não consiga ofertar novas turmas, mas não é o único.

Ela lembra que, em São Miguel do Araguaia, o poder público local – Câmara de Vereadores e Prefeitura -, além de empresários, se mobilizaram politicamente para manter a universidade pública de portas abertas, e garantir investimentos para a sua manutenção

Laboratório de Mineração, da UEG-Niquelândia (imagem: Khryst Serpa)

“Estamos dentro o polo mineral, que é importantíssimo no Norte de Goiás. Mas o curso atende o Centro-Norte e o Nordeste do país”, pontua Dra Cássia, ao reforçar o tamanho da relevância do curso para o Brasil.

Isso, porque apenas duas instituições de ensino superior gratuitas oferecem a graduação: a UniPampa, no Rio Grande do Sul, que supre principalmente a demanda do Sul e Sudeste do país; e a UEG-Niquelândia, que abastece todo o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, não apenas com profissionais, mas também com pesquisa científica.

Neste aspecto, a gestora da unidade toca em um ponto muito importante: a perda da mão de obra qualificada, formada pela Universidade Estadual de Goiás. Cássia Monalisa explica que o superior tecnólogo em Mineração alimenta o mercado com profissionais qualificados, em tempo hábil.

A graduação em Engenharia de Minas tem período de duração de cinco anos, enquanto no tecnólogo em Mineração, em no máximo três anos os profissionais já estão aptos para o mercado de trabalho. 

A UEG Niquelândia se mantém através de emendas parlamentares e de comodato com a Anglo American, que cedeu o prédio onde funcionava o Colégio Santa Mônica, para acomodar as instalações da universidade.

A maioria dos cursos ofertados atualmente são semipresenciais ou à distância, fornecidos através da Universidade Aberta do Brasil, a UAB.

Dra. Cássia Monalisa, coordenadora da UEG-Niquelândia (imagem: Higor Vinícius)

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